Inversão térmica em tanques, viveiros, lagos , açudes e represas
Os tanques, viveiros, lagos, represas e açudes possuem estratificação física, que é causada por diferenças na densidade da água em função da temperatura nas diferentes profundidades.
Devido ao sol, as camadas superiores da água são mais aquecidas. Com o
aumento da profundidade, a insolação diminui e, portanto, a água do fundo não é
aquecida com a mesma intensidade que a água da superfície.
Quanto mais fria for a água, maior será a densidade dela. Desta forma, a
água mais fria se posiciona nas camadas mais profundas.
Com isso ocorre a estratificação física do corpo d’água .
Sem equipamentos que promovam a movimentação (turbulência) da água (aeradores, sopradores,
compressores, venturis, etc...) a estratificação da coluna d’água fica mais
acentuada....mais perigosa.
Em um ambiente
aquático estratificado, a concentração de gases ( oxigênio
dissolvido, gás carbônico, gás sulfídrico, metano, etc ) apresenta
comportamento diferenciado em cada camada.
Neste tipo de
ambiente, o extrato superior é rico em oxigênio dissolvido favorecendo a
permanência de peixes.
Enquanto isso, as
camadas mais profundas concentram gases nocivos originários da decomposição da
matéria orgânica. ( fezes dos peixes, folhas, galhos, paus,
restos de plantas aquáticas, sobras de ração, massinhas, cevas, etc..).
O acúmulo desse material orgânico em apodrecimento por si só já seria um
risco aos peixes. Ocorre que, quando essa camada do fundo ( repleta de gases
nocivos ) por alguma razão, se mistura com as outras camadas em um fenômeno
chamado desestratificação, o risco de morte dos peixes é muito grande.
Há uma súbita redução no oxigênio dissolvido e alta elevação no gás
carbônico após a mistura das camadas. Quando a morte dos peixes não ocorre
imediatamente (ou seja, o oxigênio e o gás carbônico não atingiram níveis
suficientes para matar), nos dias seguintes pode ocorrer mortalidade em virtude
da intoxicação dos peixes por outras substâncias tóxicas que aumentaram de
concentração na água superficial.
Nos meses mais quentes do ano, os ambientes aquáticos encontram-se muito estratificados.
Fortes ventos, chuvas fortes, granizo, são introduzidos naturalmente nos
ambientes aquáticos fazendo com que as camadas de água misturem-se,
desestratificando esses ambientes.
Outro sinistro que pode asfixiar os peixes é a morte súbita do
fitoplâncton (algas verdes) É possível verificar que esse fenômeno ocorreu
visualizando a mudança repentina da coloração da água.
Nos meses mais frios do ano, a temperatura da água superficial acompanha
a queda na temperatura atmosférica.
A diminuição da temperatura da água provoca uma queda na temperatura das
camadas mais abaixo até que, lentamente, a diferença da temperatura entre elas é
mínima. Com isso, a diferença na densidade entre as camadas reduz-se e a mistura da água do ambiente acaba
ocorrendo, porém de maneira menos súbita. Os gases nocivos que estavam nas
camadas mais fundas sobem e podem intoxicar os peixes.
Esse fenômeno é chamado de inversão térmica. Em pequenos ambientes
aquáticos, a inversão térmica pode causar a morte dos peixes mas com menor
intensidade do que se poderia esperar em grandes reservatórios.
De maneira geral, os peixes deixam de se alimentar e a água apresenta
uma coloração escura avermelhada, semelhante a um café fraco. A mortalidade
pode ocorrer nos dias seguintes.
Para diminuir os riscos de ocorrer a inversão térmica, o local deve
possuir o correto sistema de escoamento da água do fundo ( monge, cotovelo articulado, cachimbo ou
outra estrutura que remova constantemente a água do fundo ).
Para quem não instalou essas estruturas, é possível remover essa água
através de sifonamentos, bombas, mangueiras, etc...
Jorge Meneses - Biólogo - Consultoria para pisciculturas e pesqueiros
Contato : ( 11 ) 998116744 ( vivo e whatsapp )
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